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O Tango na Rua não é uma escola de dança, nem uma companhia de espectáculos, é um grupo composto por pessoas de diferentes escolas de tango que organiza milongas, ou seja, bailes de tango, de entrada livre e gratuita com o objectivo de dinamizar e divulgar o Tango Argentino em Lisboa.

As milongas fazem parte do “baile social”, não do “tango show” que estamos habituados a ver nos filmes, nos concursos televisivos ou nos espectáculos realizados em grandes recintos. Mas é natural que as nossas milongas passem por espectáculos para quem passa perto na rua e nos observa…

Numa milonga TnR faz-se o mesmo que em qualquer outra milonga: dança-se tango, trocam-se olhares e pequenas conversas, usufrui-se da música e da beleza do baile…

A entrada é livre, o que significa que qualquer pessoa se pode juntar mas o tango argentino tem regras de pista que não são de manejo fácil para leigos. Por exemplo, ao contrário da Salsa, onde se dança mais ou menos no mesmo sítio, no tango dança-se ao redor da pista e no sentido contrário aos ponteiros do relógio. Desejavelmente não se pára bruscamente a meio da pista, não se ultrapassa o par da frente sob pena de se estragar a “ronda”. É aconselhável saber alguma coisa para não andar aos encontrões e destabilizar a milonga.

Acreditamos que as pessoas se apercebem disso porque quem aparece e não sabe dançar fica a ver, a conversar e a beber uns copos. Algumas entusiasmam-se e acabam por ir aprender tango numa das várias escolas de Lisboa e depois sim, vêm às milongas do TnR para dançar. Aliás, já temos alguns “filhos” nascidos no TnR.


O PROJECTO
Reza a história que Lisboa contou com milongas de rua esporádicas, realizadas ao longo dos anos e organizadas por diferentes tangueiros.

Em Agosto de 2007, um tangueiro que se encontrava durante esse mês em Lisboa combinou encontrar-se no Largo do Carmo com alguns amigos para dançar tango, à semelhança do que já tinha feito no ano anterior. Éramos muito poucos... alguns dos membros que actualmente compõem o TnR estavam presentes nessa milonga e quiseram ajudar na divulgação da seguinte, enviando e-mails e sms a todos os seus contactos. A afluência da milonga seguinte melhorou substancialmente. Ideia puxa ideia e na terceira milonga já tínhamos um blogue montado a que demos o nome de “Tango na Rua”. Na quarta milonga já éramos um “projecto” com objectivos definidos: dinamizar e divulgar o tango nas ruas de Lisboa, enquanto o tempo assim o permitisse. Em Setembro, com a reabertura das milongas, estabelecemos que não nos sobreporíamos ao calendário das milongas/práticas regulares pré-existentes. Mais tarde criámos a secção “Noutras ruas… Outras Milongas!” no nosso blogue onde, em conjunto com a nossa mailing list, começámos a divulgar milongas irregulares que seguissem a nossa filosofia.

Inicialmente o projecto estava pensado para milongas ao ar livre mas os tangueiros de Lisboa abraçaram o projecto com tal entusiasmo que, quando o mau tempo chegou, quase fomos obrigados a avançar para dentro de portas! Iniciámos uma pesquisa dos locais mais adequados, acessíveis e castiços em Lisboa, entrámos em contacto com Juntas de Freguesia, Colectividades e Grupos Recreativos, algumas das quais nos disponibilizaram o seu espaço de forma gratuita e também com muito entusiasmo. Como contrapartida oferecemos a divulgação da sua história no nosso blogue e pedimos aos tangueiros para consumirem nos bares de cada local: “Uma forma de agradecer o espaço para dançar é consumir no bar”

O Grémio Lisbonense deixa muitas saudades, foram eles quem nos acolheram logo no início e sem reservas quando andávamos à procura de locais para as milongas "dentro de portas". Foi com grande tristeza, nossa e da comunidade tangueira, que vimos o Grémio fechar.


COMO ESCOLHEMOS OS LOCAIS
Para além da gratuitidade, existem critérios obrigatórios relativamente ao chão (tanto no exterior como no interior): não pode ter grandes irregularidades e tem de ter um atrito q.b. que permita ao sapato de tango deslizar mas sem escorregar demasiado. Um chão mau pode dar origem a lesões nos joelhos/ pés… e nos sapatos!

Para “milongas fora de portas”, existem locais lindíssimos em Lisboa que não podemos usar por não reunirem estas duas condições. Já nos aventuramos em espaços com mais atrito e/ou pequenas irregularidades mas avisámos as pessoas desse facto e sugerimos que levassem ténis para além dos sapatos.

Mas não somos só nós – TnR – quem anda à procura de locais diferentes. Os próprios tangueiros sugerem locais quer para “dentro de portas” (Inverno), quer para “fora de portas” (Verão), a quem estamos muito gratos. E ultimamente temos tido convites de colectividades, grupos recreativos e juntas de freguesia, sem o apoio das quais, seria impossível organizar milongas “dentro de portas”. Em ambos os casos, um de nós vai sempre ao local previamente para verificar o chão.

E não são só sugestões para locais que os tangueiros fazem...


Placar oferecido pelo Vitor Ribeiro

O NOSSO SOM
No início usávamos um leitor portátil a pilhas. Todas as semanas tínhamos de comprar pilhas novas e mesmo assim, volta e meia … nhhheemmm…. Lá se ia o som! E lá ia um de nós ou um dos tangueiros comprar mais pilhas. Às vezes o nosso rádio avariava e um dos tangueiros trazia um de casa.


Rádio emprestad
o pela Ana Varandas para a milonga de 23/07/2008
O MM (mete-música) dessa noite foi o Ilídio Varandas


Em Julho de 2008, com o apoio dos Liberais do Tango, comprámos uma coluna de som com autonomia, portátil e com ligação para ipod. Um sistema de som a sério!

Para a inauguração os tangueiros trouxeram bebidas e comidas para partilhar mas... a loja onde o comprámos não conseguiu que o aparelho chegasse a tempo. Os tangueiros não esmoreceram e festejámos o adeus ao Tijolinho!


O adeus ao Tijolinho

Quando por fim, na semana seguinte, o Tijolão chegou … o entusiasmo era tanto que a milonga de 7 de Agosto acabou às duas da manhã!

Infelizmente e depois de muitos pré-avisos de avaria e idas à loja com o papel da garantia, a coluna calou-se numa milonga de Junho de 2010.... Tivemos de comprar um novo equipamento de som, o que despoletou um espontâneo e mágico movimento financeiro solidário de todos os tangueiros que nos revigorou e encantou.


AS NOSSAS HISTÓRIAS
Já dançámos debaixo de um nevoeiro cerrado no Padrão dos Descobrimentos. Era a primeira vez que fazíamos uma milonga nesse local e muita gente não apareceu porque não conseguia ver da estrada onde é que estava o TnR.


Debaixo do nevoeiro cerrrado no Padrão dos Descobrimentos

Mas a história mais hilariante terá sido talvez quando a nossa coluna portátil ficou sem bateria no meio de uma milonga no Largo do Carmo. A reacção imediata foi pedir gentilmente ajuda ao oficial de serviço do Quartel do Carmo que foi muito simpático em facultar de imediato uma ficha eléctrica. Mas o tempo era pouco para recarregar... essa noite terminou com cds de tango a sair das colunas do auto-rádio de carros com a bagageira no ar... antes dessa solução, experimentou-se música das playlists de um ipod com ligação ao auto-radio mas a fita da cassete que alimentava o ipod enrolou-se e a milonga parou de novo... o dono do cabo/cassete ficou sem a cassete e a dona do carro viu-se forçada a comprar um auto-radio novo e a desmontar o antigo numa oficina... mas as pessoas dançavam ao som de quem cantava o tango ou até mesmo, fado.

No dia 14 de Julho de 2010 aconteceu o mesmo mas já não foi por acidente!... Tivemos a honra de poder dançar tango tocado e cantado ao vivo pelo trio Anunamanta no espaço Portas do Sol Drinks & Food.


Anunamanta no espaço Portas do Sol Drinks & Food na milonga de 18/08/2010
Cortesia de Sónia Sousa Pereira


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